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Quando se é criança os primos tem grande valor. Eles geralmente tendem a ser bons amigos, não pedem emprestimos e seus pais sempre confiam neles.
Foi em 1990 que eu conheci o Matheus, filho da tia Anginha. Ele morava em Belo Horizonte e eu, ainda vivia em Dom Silvério. Ele foi com sua mãe passar uns dias em nossa casa. Ficamos amigos muito rápido e após vários acontecimentos com as meninas da cidade, Matheus se encontrou apaixonado, tomou um fora e voltou chorando para a capital.
Me mandou algumas cartas perguntando da menina, dizendo que estava malhando e que começaria a usar lentes de contato. Após três anos de paixão acumulada, Matheus resolve voltar a Dom Silvério e se declarar de vez.
Bom, na época, aos meus 13 anos, eu fiz uma poesia com a épica história que aconteceu com o Matheus em seu retorno a Dom Silvério em busca do seu amor. Peço apenas desculpas pelas rimas, eu ainda era muleque, mas é muito engraçado como consegui contar todos os acontecimentos vividos pelo meu primo.
Poema do amor perdido.
Desde de pequeno um estranho,
com o seus óculos a olhar;
Um dia foi à Dom Silvério,
e o destino o fez amar.
Foi-se embora um dia,
e de seu 1º amor não esqueceu;
Malhou por 3 anos seguidos,
até que a saudade o venceu.
Voltou muito mais forte,
e ninguém o reconheceu;
_ Que homem bem malhado! Diziam,
e ele nada respondeu.
Trazia em sua grande mente,
um único e simples pensamento.
Encontrar a sua bela amada,
e pedi-la em casamento.
Quando ele a encontrou,
o seu coração se partiu.
A sua amada tinha outro,
e junto dele o seu chão sumiu.
Começou a chorar de raiva,
dizendo não querer mais viver.
Matheus, mulher tem para todo lado,
basta não muito escolher.
Com essa frase linda,
uma flecha atravessa o céu.
Acertando o seu nobre coração,
deixando-o mais doce do que mel.
Com um sorriso de susto,
para a garota Mesmice ele olhou.
Deu uma de interessado,
e um pequeno anel ele comprou.
Depois de todo o "circo" armado,
para trás do palco com ela ele foi.
Pensou consigo mesmo:
_ Antes ser touro do que boi!
Com esse pensamento machista,
a garota Mesmice ele beijou.
_ "Foi o melhor garro dela!"
Depois ele espalhou.
Depois dos beijos dados,
para as nuvens foi flutuando.
Tome cuidado rapazinho,
você está se apaixonando.
Até que novamente um dia,
a vida doce passou.
Triste, sozinho e apaixonado,
para a sua terra ele voltou.
Eh meu primo,
a vida é muito dura;
Não tem rémedio para essa dor,
e ninguém quer achar a cura!
Fim