sábado, 8 de janeiro de 2011

A primeira vista.

Em 1987 ela chegou a nossa classe. Eu ainda um menino, recém chegado ao primeiro ano, senti o meu coração bater forte pela primeira vez. Senti um medo que nunca havia sentido até aquele momento.

Ela entrou acompanhada da diretora e coube a mesma apresentá-la a toda sala:

_ Meninos e Meninas, esta é a nova colega de vocês. Dê boas vindas a Marina.

Meus olhos não saiam daquela menina magrinha, de óculos e fita amarela nos cabelos que se sentava bem a direita da porta. Não sabia mesmo o porquê do prazer de olhá-la tanto. Acredito que ela entendia quando nossos olhos se encontravam em sala, foi dela o único presente que me lembro do aniversário neste mesmo ano. Um carrinho vermelho, que abria as portas. Era um presente muito bonito para aquela época.

Não me recordo quanto tempo a Marina ficou em nossa sala, sei que foram poucos meses, mas eu nunca me esqueci dela. Não porque ela me deu um bom carrinho, ou porque trocávamos olhares nas aulas da Tia Silvinha, mas porque foi por ela que me apaixonei pela primeira vez.

Penso agora que o medo que senti quando a vi pela primeira vez, o qual me fez pensar em tantas coisas novas, foi de nunca conseguir dizer o quanto bonita ela ficava com aquela fita amarela amarrada ao cabelo.

E eu não disse.