terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Das coroações.



Foi com meus sete anos de idade, que comecei a participar e a ajudar, na igreja de Dom Silvério. Não tinha muitas coisas para fazer na cidade e ir para a igreja, fazia o meu tempo correr mais rápido. Fora, que eu conhecia e fazia amizades com pessoas interessantes.

Comecei fazendo coroações. Eu nunca gostei de coroar, sempre achei coisa somente para meninas. E hoje mais velho, vejo que realmente eu tinha razão. É claro que eu não me vestia de anjinho como as garotinhas. Eu sempre usava um terno, camisa e gravata.

Muitas vezes, passava horas ensaiando os cantos em casa. Morria de medo de esquecer a música na hora H. Eu fazia sempre bem feito e cantava o mais alto e afinado que eu podia, minha mãe, sempre ao longe tirava fotos e ria de orgulho. E sem saber, isso me ajudou a aprender e a ter coragem de falar em público. Hoje, me acho muito bom nisso, não tenho vergonha alguma em conduzir apresentações para muitas pessoas.

Participei de muitas coroações e mesmo assim, só coloquei a coroa uma única vez. Geralmente, era minha função colocar a palma ou balançar o pote de incenso. Até que era muito divertido, juro. E com isso eu nunca liguei de ser o coadjuvante. Por que, independente do que fariam na coroação, todos ganhavam o mesmo saquinho cheio de pipocas guri, mirabel, bala bandinha e soft.

E acredite, para mim, na época, não existia prêmio melhor.


Música de hoje:

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Quando deixei o cabelo crescer.



Assim, como todo menino que viveu no início dos anos 90, fã dos Guns n´roses, deixei o meu cabelo crescer. Não era aquela vasta cabeleira que sustentava o Axel na época, mas era o maior cabelo entre os meninos da 5º série e eu me orgulhava dele.

Não era fácil de cuidar e geralmente era a minha mãe que me penteava. A cada passada de pente, ela me lembrava que eu não deveria ficar próximo as crianças que coçavam muito a cabeça. Você pode pegar piolho e perder esse lindo cabelo, dizia ela. E eu me cuidava e selecionava bem os colegas.

Foi com a minha cabeleira que consegui meu único apelido de escola. Fiquei conhecido em sala de aula como Bodão. No começo eu apelava, não era fácil ter um apelido de um bicho. Ninguém explicava o porquê do apelido, simplesmente me chamavam e deixavam minha imensa imaginação de criança pensar mil coisas. Quando descobri que era por causa do meu cabelo, não liguei mais. Eu gostava dele e não era um apelido que me faria cortá-lo.

Certa vez fui às compras com minha mãe e irmãs. Dom Silvério não tinha supermercados e toda a compra era feita por pedido de balcão. Ficávamos parados em frente à bancada pedindo cada item da lista de compras e esses, eram postos dentro de uma caixa enorme de papelão. Enquanto esperávamos, um amigo de minha mãe aparece e uma conversa se inicia. Ao se despedir o amigo diz:

_De todas as suas filhas, a mais linda é essa aqui! Que cabelo lindo dessa loirinha.

Ele, não se contentando com essa frase, ainda colocou a mão na minha cabeça dizendo que eu poderia se modelo.

_Corra atrás, você pode ser muito famosa. Vai ficar alta essa menina heim?

Não me lembro qual palavrão eu respondi a ele. Ou se disse mesmo algum palavrão. Sei que falei bravo que eu era homem e não mulher. Descobri que eu poderia aturar tudo pela minha vasta cabeleira, menos ser confundido com uma menina. E nesse mesmo dia, cortei meus cabelos.

O engraçado foi que me senti mais livre com cabelo curto. Meus melhores amigos de infância só apareceram depois do corte, eu os evitava por causa dos piolhos. E para melhorar, o meu apelido foi esquecido.

Hoje, agradeço sempre ao amigo da minha mãe, pois, foram seus confusos elogios, que me fizeram ter, os meus melhores anos como criança.

Música de hoje: You Ain't the First, Guns n´ Roses.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Estranho mundo das coisas ruins.

Não é fácil fazer uma coisa ruim. Mesmo quando tentamos de coração, não sai tão bem feito como o que vocês estão próximos a ver. Na faculdade mesmo, já tentei fazer trabalhos ruins para sair fora o quanto rápido da matéria, mas mesmo assim, não ficava tão péssimo.

Penso que, para fazer qualquer coisa ficar ruim, a pessoa tem que ter um dom. Tem pessoas que nascem com esse poder, acreditem. E para diferenciar essas pessoas especiais dos meros mortais, não é difícil. Basta reparar que muitas delas, acham que o ruim está bom, ou até mesmo maravilhoso.

Está bem, eu sei que tudo é questão de gosto, mas mesmo assim, continuo a acreditar que tem pessoas que não precisam se esforçar nem um pouco para amedrontar o mundo. Prova disso o clipe abaixo:





Não é de arrepiar?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ensinamento de natal.


Nunca fui bom em pedir presentes de natal. Descobri isso quando eu tinha 12 anos, ao acabarem as pilhas do meu carrinho de controle remoto, dois dias após ganhá-lo do papai Noel. Não existiam pilhas recarregáveis naquela época, e minha mãe, não poderia comprá-las semanalmente para mim, me lembro que elas eram caras. Então, eu encostava o brinquedo até conseguir pilhas novas.

Mas o que doía mesmo, era ver que, todas as outras crianças da rua, sabiam escolher os presentes natalinos, bem melhor do eu.

Bicicletas, patins, videogames, pogo-ball, lango-lango e infinitos brinquedos que não precisavam de pilhas para funcionar, eram sempre os pedidos de natal da criançada. E eu, sem entender, continuava a pedir brinquedos que precisavam das benditas pilhas.

As férias começavam e eu ficava olhando as crianças brincando com seus presentes, com aquele arrependimento bom de criança de não ter escolhido um brinquedo certo. E muitas vezes, eu ficava esperando a oportunidade de usufruir do brinquedo alheio. Não era fácil, já que presente novo é chato de emprestar, e eu sem as pilhas, não tinha o meu para usar de troca.

Sei que as crianças de hoje, não sofrem do mal dos brinquedos eletrônicos. Todos eles, são movidos a pilhas e baterias recarregáveis. Mas, mesmo assim, quando tiver meus filhos, vou ensiná-los a como escolher corretamente um presente de natal.

Pois existem ensinamentos, que devem ser passados de pais para filhos e que não podem ser perdidos com o tempo. E para mim, esse é um deles.


Música do dia: Onde você mora?, Cidade Negra.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Um título para um e-mail.



Eu gostava muito de ler revista Mad quando criança e adolescente. Como em Dom Silvério, não tinha banca de revistas e jornais, eu esperava a minha mãe viajar. E ela sempre trazia um exemplar para minha leitura. Cresci, a revista acabou e nunca mais ouvi falar.

Dias atrás, li uma reportagem no site G1, onde dizia que a revista estava voltando. Lembrei da minha infância e não me exitei em enviar um email ao famoso editor OTA, que está por de trás da Mad desde seu lançamento aqui no Brasil.

Tentei colocar no email, o carinho que eu tinha pela revista e o quanto eu havia ficado contente com a sua volta. Daí, pensei que, para ele ser lido, eu deveria colocar um título inteligente. O Ota, deve receber milhares de emails por dia e foi assim que intitulei meu email:

Cadê o emprestimo que voce me prometeu?

E coloquei o seguinte conteúdo:

Quase duvidei quando li no site de noticias G1 que a MAD voltaria ao território nacional! Se hoje eu sou um garoto experto, inteligente e perfeito foi graças a revista. Espero que as bancas tenham para vender logo.

Sei que seu esforço vai ser descomunal velho Ota, mas tenho certeza que vai valer a pena, pois vejo que vc tem amor realmente ao que faz e pela revista. Quando desejamos de fato uma coisa, sabemos que o universo conspira para que ela aconteça. Só não deixa o Welberson saber disso!

Um grande abraço e se quiser ajuda para responder as cartas dos leitores estarei a sua disposição! :)

Boa sorte nessa nova etapa.


Bom, meu espanto veio mesmo, com a resposta do OTA, algumas horas depois:

"ó pessoal ja to surtando. quando recebo email com titulos idiotas como esse do "era: cade o empestimo etc" to mandando os leitores tomarem no cu e alguns jonalistas tambem.
TO NO LIMITE E NAO AGUENTO MAIS ESSES FÃS METIDOS A ENGRAÇADINHOS]]]


Nao me lembro de ter prometido emprestimo nenhumn pa voce. VA TOMAR NO SEU CU"


Bom, eu não sabia que um título de email poderia gerar tamanha revolta. Mas quer saber? Pelo menos descobri o motivo do por que a revista acabou. Ninguém deve aturar, um editor como o Ota. E ele conseguiu, com um simples email, acabar com meu encanto de infância pela revista. Pobre de humildade e um idi OTA.


Música do dia: Wouldn´t it be nice, Beach Boys.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Minha lista de desejos de infância.



Estou lendo o livro A Lição Final. Posso dizer, que fazia tempo que não devorava um livro com tanta vontade e gosto. Passei a noite passada refletindo a cada página lida e pensei, assim como o autor do livro, em fazer minha lista de desejos de infância. Antes uma frase que retiro do livro: "Nunca perca o seu encantamento infantil. É muito importante. É o que nos leva a frente." Randy Pausch
Agora, vamos a minha lista:

* Trabalhar em uma empresa de videogames. (ainda sem realizar)

* Escrever o roteiro e dirigir um filme. (realizado)

* Escrever um livro infantil. (realizado)

* Ser um jogador famoso do Fluminense.(ainda sem realizar)

* Jogar uma partida de videogame com meu pai. (ainda sem realizar)

* Aprender a tocar violão. (realizado)

* Escrever canções. (realizado)

* Pintar quadros. (realizado)

* Correr uma maratona. (realizado)

Bom, espero que consiga realizar todos esses sonhos antes dos meus 30 anos. Pois, tenho os sonhos de adolescência e adulto para listar e correr atrás.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da janela do Escritório do ES.



Essa semana estou trabalhando em nossa filial do ES. Um dia antes de vir para cá, já pensava em perder a minha brancura nas praias próximas.

Para mim, essa é a única vantagem do horário de verão. Sair as 18:00 horas, ainda com o sol brilhando. Mas por ironia do destino, a chuva não para de cair aqui. E eu estou achando que estou voltando ainda mais branco. Descobri que dias de chuva, só são bons, em Minas. Ver da minha janela essa paisagem, só me deixa com vontade de nadar o tempo todo.

Ps: Amanhã, vou filmar meu primeiro filme curta metragem. Estou animado.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Rato Aurélio o Rato Amarelo



Quando eu ainda tinha meus 16 anos e estudava em Alvinópolis, a professora de português, havia colocado nossa classe em um concurso de livros da cidade.

O projeto era escrever um livro sobre qualquer tema, fazer a capa e os desenhos internos e mandar encadernar. O Melhor livro ganharia uma caneta com dez cores, objeto esse, desejado por todos os alunos. Se eu não me engano, até cheiro tinha quando se escrevia com ela.

Bom, não ganhei a caneta mas, junto com o meu então amigo na época, Kiko, inovamos, fazendo um livro infantil que conseguia rimar todas as frases e juro que isso não foi fácil.

Ontem, mexendo em algumas coisas, achei o livro. Tive uma boa lembrança da minha infância. E hoje, resolvi colocá-lo aqui. Peço desculpas pelas rimas fracas e às vezes sem sentido, mas, volto a lembrar, era 1996 e eramos meninos. Mas a ultima estrofe é legal. Juro.


Rato Aurélio o Rato Amarelo

Como é dura a vida de um rato,
ainda mais, sendo esse rato amarelo.
Cor nada comum para Ratos.
É assim a vida de nosso amiguinho, Rato Aurélio.

Desde pequeno queria crescer na vida,
mas a sua cor o impedia.
Queria ser médico,
infelizmente, isso não podia!

Queria ser astronauta,
mas com um marciano o confundiriam.
_ Que bicho amarelo é esse?
Exclamavam e riam.

Não entendia o porquê, de tanta humilhação,
só porque sou amarelo? Isso não é razão.
Diante disso só teve uma solução,
ir para o laboratório ser cobaia de um anão.

Chegando lá, todos foram perguntar:
_ Quer cor mais feia, não tem vontade de mudar?
A humilhação foi tanta, que deu vontade de chorar.
Sozinho em uma gaiola o coitadinho foi ficar.

Toda aquela pressão ele não ia agüentar,
E resolveu fugir daquele lugar.
E um plano de fuga foi elaborar.
Amanhã, a meia noite e ponto eu vou me mandar!

Distraído estava, alegre a assoviar.
Nem percebeu que o pintor estava a pintar.
Por um simples descuido na lata de tinta foi cair,
Morreu afogado por que não sabia nadar.

Chegando ao céu, assustado ficou.
Todos os ratos tinham a mesma cor.
Percebeu então que a cor não importa.
E sim o interior é que tem valor.

domingo, 16 de novembro de 2008

O tháco.



Naquele verão em Dom Silvério, apareceu um garoto chamado Matias "Killer Boy". Matias era um sujeito alto para sua idade. Magérrimo para seu tamanho, e na sua cabeça, um exímio lutador de artes marciais. Aprendi tudo sozinho, dizia ele.

Contava histórias de sua difícil vida lutando pelo Brasil na Guerra do Golfo e de seus poderes de hipnotizar qualquer ser vivo, com apenas um rodar de dedos.

Um dia, Matias comprou um tcháco. E em outro, conseguiu um dos meus melhores amigos de infância como pupilo. Agora poderei passar meus ensinamentos, profetizava.

No começo, era estranho ver duas pessoas meditando em sala de aula e comendo broto de bambu no intervalo. Passavam todos os dias juntos, lendo livros, revistas da turma da Mônica e filosofando sobre as formas de camuflagem dos ninjas brasileiros. Mas o que parecia incrível, era que os dois, acreditavam de fato, nos poderes que tinham.

Certo sábado, Matias se vestiu com um hobby de sauna do seu pai, amarrou uma faixa vermelha na cabeça e convidou o seu pupilo para um treino com tchácos, nas “altas” montanhas de Dom Silvério.

No topo, Matias meditou por alguns segundos. Estranhamente, fez o sinal da cruz, e baixinho, pediu proteção aos deuses japoneses que conhecia. Sem pestanejar, começou a rodar o tháco. A cada giro completado, ouviam-se grunhidos e gritos de guerra. Por ali ficaram horas a fio, apenas rodando o tháco.

O que ninguém sabia, era que, aquele seria o ultimo dia de Matias em nossa cidade. Sua família o levou para ser internado em São Paulo e ele nunca mais voltou. Ele não resistiu às fortes doses de calmantes que recebia dos enfermeiros, quase que diariamente.

Há quem diga que, às vezes à noite, se você olhar por muito tempo para a torre da cidade, você pode ver um homem de pernas cruzadas, flutuando no ar, com movimentos repedidos nos braços. Deve ser ele, ensinando aos anjos, arte marcial. Pois, do jeito que as coisas estão, até DEUS, precisa de proteção.


Música do dia: A Punk, Vampire Weekend.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Da janela do Escritório.




Mesmo tendo um pôr-do-sol assim, prefiro o dias chuvosos como hoje. Tenho lembranças mais gostosas, como o bolinho de chuva que comia vendo Jaspion na tv.


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O crachá.


É estranho, como a cada dia que passa, as pessoas ficam menos atenciosas e mais carentes. Já tem tempo que percebo isso, aqui no escritório. Às vezes, um simples bom dia, seguindo de um sorriso sem graça da minha parte, deixa todos os funcionários que me rodeiam, muito mais animados para o dia. E por incrível que pareça, quando sigo esse ritual dizendo o nome de cada pessoa, a animação fica contagiante.

Não demorou muito, fui testar isso fora do escritório. Comecei a chamar todo mundo pelo nome. E com o tempo, ler os nomes nos crachás, virou um vício inexplicável para mim. Em qualquer lugar que eu vou e alguém vem me atender, já procuro pelo crachá e o nome. E mais uma vez, é incrível o resultado. E o melhor, sempre que eu volto e sou atendido pela mesma pessoa, sou chamado pelo meu nome. E quer saber? Realmente é muito boa a sensação. E olho que nem uso crachá.

Mas ontem à noite, depois de anos chamando todos que conheço e não conheço pelo nome, fiquei, pela primeira vez, assustado.
No posto onde eu abasteci o meu carro, veio o frentista me atender. No crachá, Roberto.

_Roberto, pode completar.

_Como sabe o meu nome?

_Li no seu crachá.

_Ah! Sabe, esse foi o melhor presente que ganhei de aniversário.

_Hã?

_Hoje é meu aniversário. E você me deu o melhor presente do dia.

_Como assim? Qual presente?

_O respeito.

Repeti o nome dele mais umas quatro vezes antes de pagar e ir embora. E até agora, eu estou pensando e tentando explicar, o quanto, a cada dia, as pessoas, querem tão pouco uma das outras.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A fitinha azul.


É engraçado como pequenas coisas trazem significados gigantes para nossas vidas. Há dois anos, recebi de minha irmã, que havia acabado de voltar da Bahia, uma fitinha azul.

Três nós, para três pedidos.

Foi assim, sem perceber, que eu já estava com a fita no meu braço. E mais ainda. Fiz os três pedidos tão depressa quanto à percepção que tive dos nós. Uma semana depois, um pedido já estava se realizando. Tirei a carteira de motorista. Não me lembrei do nó e muito menos do pedido. Mas da fitinha azul, não me esqueci. Pois, era ela que me lembrava qual era o meu lado direito na prova de direção.

Um mês depois já tinha outro desejo realizado, comprei o meu primeiro carro. E pela primeira vez, pensei que a fitinha poderia ter algum poder. Mas, poderia ter acontecido usando ou não ela, já que essas eram as metas que eu tinha comigo em 2006.

Os anos foram se passando e meu último desejo não acontecia. Era um desejo difícil eu sei, não é fácil pedir coisas que vão além de mim. Mas, mesmo assim, a fitinha gasta com o tempo, permanecia no meu braço.

Neste sábado o inesperado aconteceu. A fitinha se soltou. E tão depressa, veio a minha cabeça o ultimo desejo, o mais difícil e complicado pedido. E estranhamente me peguei sorrindo, com a minha mãe me mandando uma mensagem no celular:

“Preciso levar um beliscão. Parece mentira. Mãe está MUITO FELIZ. Obrigada por tudo. Beijos”

Ela havia realizado um dos maiores desejos da vida dela. Passar em uma prova de vestibular, depois de 28 anos sem estudar. É a minha mãe voltando a ser FELIZ, como eu me lembrava de pequeno.

O meu ultimo nó, era o desejo da felicidade dela, que há muito havia se escondido em algum lugar. E ele se realizou.

Não existe desejo maior que ver quem amamos felizes. E de alguma forma, que não sei explicar, penso agora e a todo instante, que a fitinha azul teve culpa nisso tudo. E a única coisa que ando falando para todos que eu conheço, é que, enfim, vamos ter uma advogada em casa.