
Foi com meus sete anos de idade, que comecei a participar e a ajudar, na igreja de Dom Silvério. Não tinha muitas coisas para fazer na cidade e ir para a igreja, fazia o meu tempo correr mais rápido. Fora, que eu conhecia e fazia amizades com pessoas interessantes.
Comecei fazendo coroações. Eu nunca gostei de coroar, sempre achei coisa somente para meninas. E hoje mais velho, vejo que realmente eu tinha razão. É claro que eu não me vestia de anjinho como as garotinhas. Eu sempre usava um terno, camisa e gravata.
Muitas vezes, passava horas ensaiando os cantos em casa. Morria de medo de esquecer a música na hora H. Eu fazia sempre bem feito e cantava o mais alto e afinado que eu podia, minha mãe, sempre ao longe tirava fotos e ria de orgulho. E sem saber, isso me ajudou a aprender e a ter coragem de falar em público. Hoje, me acho muito bom nisso, não tenho vergonha alguma em conduzir apresentações para muitas pessoas.
Participei de muitas coroações e mesmo assim, só coloquei a coroa uma única vez. Geralmente, era minha função colocar a palma ou balançar o pote de incenso. Até que era muito divertido, juro. E com isso eu nunca liguei de ser o coadjuvante. Por que, independente do que fariam na coroação, todos ganhavam o mesmo saquinho cheio de pipocas guri, mirabel, bala bandinha e soft.
E acredite, para mim, na época, não existia prêmio melhor.
Música de hoje: